E meu olhar que atravessa labirintos,
buscando respostas para perguntas que ainda não existem.
Atravessando horizontes e paisagens tento encontrar luzes ou cores
em um tempo nublado de uma tarde qualquer.

E quando você me olha, e seu olhar atravessa qualquer existência,
e a saudade do que não conheço toma conta do ar.
E quando o querer ultrapassa qualquer porta trancada,
e a ausência em mim, de ti presente se faz.
E quando o toque sem querer também forma-se em minha, tua mão.
E a pele que em ti indiferente e em mim espalhando-se, encontra no teu toque começo.
E quando perdido em mim, tomado de ti encontro-me sem saber onde,
e com sede de tudo, me afogo em poças tão rasas de estranho desejo.
É quando a vida muda de cor, e em tons distintos o tempo me abraça,
e mais uma vez afaga-me sem nada dizer...

E o olhar perdeu-se no infinito da vidraça alta,
no horizonte era possível ver nuvens chegando lentamente,
se estivesse ao ar livre, talvez fosse possível sentir o cheiro da chuva que se aproximava.
Havia uma expectativa de sentir o cheiro da terra molhada,
o abafar de calor subindo do solo extasiado com o frescor da água.
O brilho do dia foi desaparecendo pouco a pouco, deixando a sombra da tempestade iminente.
Tempestade esta, que se dissipou no céu, oferecendo frescor aquele entardecer tão quente e cansativo.
Na cidade de concreto metalizada, pareceu nascer plantas em frestas de tijolos e rachaduras de asfalto.
Tudo se renovando para a vida que seguia.

17 outra vez...

Como entender a receita de uma vida a dois?
Não há respostas, modelo pronto, probabilidade estatística.
Viver e compartilhar sentimentos é uma possibilidade, a qual nem todos estão prontos ou dispostos a vivenciar.
Minha vida se divide entre antes e depois,
meio a meio.
Metade nascendo, conhecendo, descobrindo, aprendendo, amando, querendo, sonhando, chorando, sofrendo, sorrindo, crescendo...
A outra também, só que esta metade a dois.
Para dar certo é preciso paciência, compartilhamento de ideias, gostos, pensamentos.
É preciso sorrir a dois, conversar, saber esperar.
Também surpreender, acrescentar novidade, sonhar em conjunto, Crer!
Mas antes de tudo é preciso Amor, muito e mais a cada dia.
Amar a si e ao outro, entendendo seus defeitos e qualidades, sabendo que humanizá-lo é essencial para criar realidade.
Qualquer relação é imperfeita, assim como quase tudo na vida.
Assim também é viver a dois.
Prazer, felicidade, realização.
Arrepio, lembranças, histórias.
Sensações, sentimento, encontro de olhares.
Compartilhamento de sonhos e loucuras,
de dores e alegrias,
de desejos e saudades,
de sorrisos e felicidade.
Desejar algo é quase como alcançá-lo.
Um dia, a muito tempo desejei muito um Amor e todas as situações que este Amor me traria.
Hoje o tenho, na palma de minha mão.
Digital com digital, pele com pele, calor com calor.
Nem tudo no caminho foram flores, mas o jardim esteve sempre farto e florido.
Assim como acontece no passar das estações em que se perde folhas e flores,
se recolhendo para nascer novamente mais forte e belas as cores.
Assim também é o Amor.

Há dias em que meu peito se aperta e o desabor da vida toma conta de todo meu ser. Porquê?
Quero sentir de novo algo que transforme meu pulsar.
Que sem querer tire de mim este ardor que teima em queimar aos poucos tudo que sinto e penso, e quero e já não sei mais aonde possa estar.
Quero de novo sorrir sem querer, e querer ainda mais o que tê-lo um dia me fez sentir...
Já não consigo disfarçar o que em meu rosto se explicíta no sorriso ausente, no dizer implícito ou na hora tão finda e perdida que se faz presente em meu passo.
Quero apenas sentir de novo, algo que tire de meu peito esse sentimento que aos poucos sucumbe ao nada.
E lentamente transborda em meu olhar todo rio que mora em mim.

"Vem tirar minha paz"

Desarrumar meus pensamentos, desalinhar meus lençois, bagunçar meu amanhecer.
Mudar a rotina do nascer do dia.
Abrandando meu desejo,
acordando meu corpo,
respondendo meu beijo.
Vem tirar minha paz
Abrindo teu peito para que nele possa repousar ao abrir dos braços, como quando se abrem para a saudade de um abraço.
Ao tempo, a eternidade.
Vem tirar minha paz
Para acender minha luz,
iluminar meus olhos,
dilacerar meu peito até que não haja espaço para fuga.
Vem tirar minha paz
que de paz não tem nada, além da quietude do meu ser em ti.
Quero perder minha paz, em curvas e sabores,
em sonhos e desejos de tantos desamores.
Quero perder minha paz
Na tua boca ao fechar dos olhos,
sentindo teus dedos a percorrer meus poros.
Quero perder tua paz em meu corpo,
de novas sensações e descobertas que teimo em negar que desejo.
Quero perder minha paz para encontrar felicidade interminável.

É chegada a hora,
já é tempo de escolher o roteiro, a estrada, o caminho.
Não saber ao certo qual destino pode dificultar a viagem em algum momento.
Já é tempo de decidir, se a viagem segue a dois ou a sós.
Felicidade independe de lugar,
é preciso companhia,
seja ela sua somente ou a dois simplesmente.
Para dar certo, é preciso sonhar, querer e além de tudo Amar.
E para Amar é sempre melhor em maiusculo.
Que seja a dois e não pelos dois.
Mãos dadas, destino único, mesmo querer.
O destino pode ser decidido no caminho.
E a vida merece um brinde quando isso acontecer!

Por trás destes olhos que se escondem do estranho, há um olhar que transborda em sentimentos,
que anseia por outro olhar ao encontro dos seus...
Sua postura tenta negar,
enganando olhares desatentos aos encantos teus.

Fato

Estou vivo,
sinto,
desejo,
sofro.
Absorvo todo sentimento.
Querendo encontrar um momento.
Prazer, alegria, contemplação,
só em ti sei estar e ficar sem razão.

Paixão d'amar

Quando em teu corpo pousar a beleza do Amor,
a paixão que arrebata, inquieta, e acelera,
saberás o que de bom a vida pode oferecer.
O tempo pode mudar sentimentos e sensações
transformar inquietação em prazer e calmaria.
Pode trocar a aceleração pelo pulsar,
o arrebatamento pela admiração.
Neste instante a vida perde-se um pouquinho,
o encanto pode amenizar-se no caminhar.
É preciso de coração acelerado, descompassado, ansiedade...
É preciso urgência para felicidade.
Essencial é encontrar o ponto de partida para começar e recomeçar tudo e quantas vezes for necessário...

Sentidos do ser

Para um mundo sem cor, sombra, rosto ou contorno.
Como diferir algo que não se pode ver?
Onde se escondem as vozes que cruzam um caminho de olhos infinitos?
Criar um mundo tão único, de formas imagináveis, de outras possibilidades.
Tornar o dia, um dia.
Com entardecer e pôr-do-sol,
com mudança de nuances,
com visibilidade de passar do tempo.
Se não vejo, como posso me guiar pelo dia ou noite?
Aos ouvidos, grilos, passarinhos, vozes.
Ao olfato, a brisa da aurora, o calor da tarde, o cheiro de terra molhada.
Para o tato a descoberta de rostos e formas, presentes ou novas.
Para o paladar o gosto da vida, sabores capazes de encher lembranças e sensações.
Para aguçar algo que não se tem, é preciso descobrir novos caminhos...

Querer que minha palavra revelada seja verdade em ti.
Desejo árduo do olhar atento do alheio,
para todas as formas que posso apresentar.
Minhas formas diversas em aspectos destoantes,
se unem para encontrar em ti a sequencia de meu corpo
em uma busca infiel de verdade para meu mundo.
Ser vivo, de liberdade tenaz e louca.
De nuances que transformam o entardecer de meus olhos já cansados da paisagem repetida, de palavras perdidas, de falsa verdade.

Tom a tom

Cansa-me toda mentira que nego,
Toda verdade não vista.
Vida cinza, sem cor ou som, que não pode fazer parte do todo em mim.
Coloco tudo em medidas, que dia-a-dia costuram-se ao caminhar vazio de tons.
Todo tom que em mim se perde, pode não se encontrar em nenhum corpo mais.
Tudo o que quero é gozar incessantemente o clamor de sua voz pedindo mais de mim.
Para ao final começar tudo de novo, enchendo o ambiente de cor.
De novo e novamente mais...

Apenas precisando de uma cama e um edredon bem fofinho.
De agonchego, de dengo e de carinho.
De um sono bom e um despertar renovador,
para tirar essa sensação de cansaço...

Abrazo

De onde falo não se escuta o eco de minha voz,
emudeço para tentar ouvi-lo.
Meus ouvidos despreparados tentam assimilar seu verbo,
tentando unir letras de forma a compreender meu ato.
Meu mundo busca explicação para os sentimentos,
para todo emaranhado de sensações que se transformam a todo momento.
Sou o encontro perdido no tempo,
aquele que não se desfaz ao acaso.
Querendo entrar no teu mundo,
tentando alcançar o abraço.

Dia

Mais um dia se ilumina, trazendo claridade e brilho aos meus olhos.
Toda beleza deste amanhecer me instiga a trilhar pela vida.
Querendo felicidade passo a passo,
a cada rosto que cruzar,
cada palavra que ouvir,
cada movimento perfeito.

Ausência

No momento estou ausente de mim...
Me procure amanhã, talvez já tenha me encontrado.
Talvez já esteja a caminho, de um novo momento...

Meu olhar absorve toda beleza que neste ser há.
Meus olhos tem sede de apreciar.
Buscando abrigo em tua cor e claridade,
querendo encontrar calor e tempestade.
Crendo no medo da palavra solta,
Desejando a todo momento tua boca em minha boca pronta.
Existir para este corpo que aflige meus pensamentos,
querendo-o a cada vão momento.

Em Feliz Cidade

Minha felizcidade necessita independer de indivíduos, sorrisos, palavras, olhares.
Necessita depender de meu sentimento, precisa aflorar do ser para fora,
contagiar o ambiente fazendo tudo se conectar.
Mesmo que meu melhor possa ser o outro,
mesmo que o toque pareça indispensável,
Ainda assim posso ser feliz, mesmo que só, mente, acompanhado.

Na cidade, céu cinza de primavera.
Apesar da estação e do calor que inicia, olhando através das janelas me sinto no inverno de minha pele.
Minha epiderme ainda desbotada, meu corpo escondido da vista alheia faz com que tenha a sensação do vazio, desconforto do sentimento.
Busco ver através de minhas lentes, mas meu olho não alcança o horizonte.
A neblina vista do alto da cidade, parece com meus nebulosos pensamentos tão impossíveis de transpassar diante da vida que se oferece.
Buscar explicações para os silêncios que me acometem, é a forma mais difícil de viver.
Meu sorriso segue estampado, minhas palavras continuam levando meu humor, mas por dentro carrego um monstro que se alimenta de minhas entranhas a todo instante.

Hoje li uma frase tocante, que dá nome a um espetáculo de dança chamado "Não me toque estou cheia de lágrimas - Sensações de Clarice Linspector".

tempo...

O tempo, capaz de transformar o passo do humano que em mim habita,
busca transformações ou caminhos capazes de me trazer vida viva.
Tempo, carrasco do Amor, que em meu corpo sempre se faz maiúsculo,
traz o descompasso de meu peito em hora despreparada.
Meus encantos se apresentam no decorrer do tempo e caminho,
em lugares onde jamais busquei abrigo.
Aqui onde me escondo dos sentidos, busco equilibrio para o que não entendo.

Silêncio da pele

Queria tanto sentir-me um tanto quanto ao toque de seu corpo no meu.
Ter em tua pele o contato da minha,
Sentir o arrepio que teu lábio é capaz de causar na minha epiderme desejante.
Desejo de tantas sensações que perecem ao tempo,
mas que permanecem vivas aguardando a simples faísca que uma única palavra é capaz.
Meu corpo todo fala ao silêncio neste momento, tentando gritar algo inaudível a qualquer ouvido humano.

Necessito de leveza e amenidade para vencer os dias...

Meus músculos doem, como se um grande peso estivesse em meus braços.
Meu corpo comporta as dores que a vida impõe,
fazendo deste cenário cálido algo tão sufocante para o ar que escapa.
O tormento que me aflige, busca respostas no vazio,
neste amplo lugar onde me encontro só,
no qual somente uma voz amiga se faz presente.
Tenho resquícios em meu corpo de algo que não aconteceu.
Minhas memórias se fazem ilusórias de realidade.
Os olhos buscam imagens onde quer que eu vá,
e meu peito teima em descompassar dia-a-dia.

Sentido

E as pequenas coisas que me eram tão tocantes e indispensáveis, enfim tomaram seu verdadeiro tamanho e importância.
Hoje elas são pequenas demais, ínfimas, incongruentes, dissonantes sentidos.
Meu corpo, meu peito, meus anseios procuram por algo que me arrebate em uma cura qualquer. Que tome conta dos meus sentidos, inebriando-me.

Sinto

Sentir,
verbo tão presente em meu vocabulário.
Vários acontecimentos, frases e pensamentos do meu dia começam com sinto...
Sinto prazer, dor, amor.
Sinto falta, fome, cansaço.
Sinto vontades, cheiros e gostos.
Sinto felicidade,
também sinto tristeza.
Sinto entrega, assim como ausência.
Sinto emoção, assim como não sinto nada.
Sinto toques, beijos, arrepios.
Sinto meu corpo pedindo mais.
Sinto meu querer.
Sinto culpa e tudo.
Sinto tanto e pouco.
Sinto agora o tempo todo.
Saudade,
também sinto...

Brisa

Tento entender as pessoas que não gostam de brisa.
Aqueles que do vento fogem como quem evita o mal.
Fogem da brisa e da sensação de vida que este toque traz.
Sentir o vento no rosto, mesmo que na viagem fria,
faz com que sinta a vida desfilar por meus poros...
Assim como quando caminho a beira mar.
Gosto deste sentir, deste toque que alimenta meu andar.
Me alimento de sensações, das mais diversas e infames.

Encontro

Para quê tanto pecado em um só corpo?
Imaginar o desejo existente neste movimento de olhar
Há algo que não se pode ver, apenas o sentimento crescente.
Quero encontrar em teu pêlo, sossego para minha ânsia
Tocar-te calmamente, sem a pressa cotidiana.
Ouvir tua respiração enquanto sinto o cheiro do abraço
Apertar de encontro ao meu corpo, todo desejo de ti
mesmo que o abraço seja singular e a respiração se exceda neste instante.

E quando...

E quando viver me dói, ou a realidade me faz mal
Sinto apertar o peito, a dor atordoando meus sentimentos sentidos.
Então escrevo para amenizar todo momento, qualquer sofrimento ou lágrima.
Toda palavra que pode vir para o bem ou para o mal,
Um pequeno gesto capaz de ultrapassar o ferimento aberto.
Um sorriso de canto de boca trazendo amenidades,
um abraço que acalanta a alma perdida.
Uma palavra que se faz no silêncio e contida no vazio atravessa o tempo.
Viver dói,
morrer não sei.
Preferiria viver da dor e do amor que segue sempre.

Claridade

Esta pele tão clara como o leite que se derrama,
de curvas tão explícitas e tentantes ao meu olhar.
Pele que cruza meu passo e chega a quase tocar meu toque.
Proximidade distante em manhãs claras de luz.
Seria um encontro suave,
de textura e arrepios,
de gostos e sabores.
Desejos que se completam, dissipando pudores.
Amanheceres que permeiam andares,
alimentam vontades,
se perdem em versos e silêncios.

Através

E o modo de ver a vida por outros olhos, de repente tomou conta dos meus.
Foi tão estranho e novo, tudo e como pude enxergar...
Era a mesma paisagem, mas de outra forma, cor, tamanho.
Tudo se relativiza a cada ponto de vista.
De quem é o modo desfocado de ver a vida?
Dos meus, ou dos seus olhos?

Perdido

E eu sigo me perdendo em destinos e caminhos onde já não quero me encontrar.
Meus passos já não alcançam a luz,
Meus olhos já não enxergam o sol,
Meus pensamentos seguem perdidos.

E me perdendo eu sigo em você.

E querendo eu tento convencer,
que já não posso mais ficar,
que no caminho necessito prosseguir.

Me perdendo em ti,
te encontrando em mim,
nos perdendo em vão.

Entre amor ou razão.

Beleza

A beleza tomou conta de meus olhos,
me apresentou um mundo de cores e sentidos,
tornou meu dia mais vívido,
acrescentou música as palavras.

Latente em meu ouvido,
ouço belas palavras que de seus lábios fogem para em meu mundo criar sentido e imagem.
A simplicidade a transformar o mundo do outro.
palavras para conquistar sorrisos e sabores.
Sons infinitos a transbordar em meu querer.

Ouço, baixinho...um sussurrar.

Ouvido, ouvindo, querendo e sonhando continuar.

Lágrima

Algumas coisas ainda me fazem chorar sem motivos.
Uma boa música?
Talvez seja mais que um simples motivo.
Talvez exista neste momento todos os motivos do mundo.

Felicidade alheia

Como é bom sentir felicidade.
Sempre achei que a vida é feita de momentos felizes.
Pequenos momentos capazes de mudar nosso humor, fisionomia, sentido na vida.
A vida também é feita de momentos que trazem felicidade àqueles que nos rodeiam e incrivelmente, essa felicidade tem a capacidade de nos atingir...
...de alegrar também nosso dia por podermos fazer parte deste momento junto de alguém que é importante em nossa vida.

A vida realmente é feita de pequenos acontecimentos capazes de transformar nosso dia.
Ter amizade, participar da alegria alheia, sorrir como se fosse conosco e sentir aquele bem estar capaz de preencher o peito.
Como é bom!

Conversa

Você fala e eu não ouço,
Eu grito e você cala,
Meu olhar tenta alcançar o seu,
Seu olhar está no vazio,
Eu falo pra não te ouvir,
Você finge que ouve pra não falar.
Há um ruido nesta conversa,
Não há mais espaço para ser plural.
Quanto tempo se passou?
Isso não importa, pode ser dias, meses ou anos.
O que faltou?
Faltou verdade...

Sentimentalidades

Minhas sentimentalidades...
Não tenho anseios, nem culpa, nada que possa afligir meu coração.
Possuo sentimentos transbordantes, que me ultrapassam no caminho.
Alguns deles mantem-se em silêncio em mim, mas permanecem a transbordar de diversas formas.
Me intriga as pessoas que não conseguem demonstrar sentimentos, de nenhum tipo.
Raiva, dor, desprezo, rancor, tristeza, perda.
Ou carinho, amor, afeto, agradecimento, cumplicidade, lealdade.
Sei que sou falho, que nem sempre consigo expressar o que sinto ou penso.
Mas geralmente é visível em mim o que se passa por dentro.
Se estou feliz meus olhos normalmente brilham, e se estou triste eles comigo ficam apagados.
Minha vida pede coisas simples...
Um andar a dois,
mãos dadas na cumplicidade,
um filme bom num dia de chuva,
um belo pôr de sol,
o silêncio do olhar.
Não preciso de grandiosidades para estar feliz.
Minha felicidade e plenitude habitam as simplicidades.

"Capaz"

Onde se encontra nossa incapacidade?
Como saber o que podemos ou não podemos diante da vida?
Meu mundo, ultimamente tem sido de constantes questionamentos.
Não exatamente sobre meus anseios, minhas dúvidas, meus sentimentos,
mas sobre como as relações se dão, e as possibilidades de administrar o que sentimos.
Em certos momentos achamos que nossa capacidade de lidar com as situações se esvai,
mas nem sempre sabemos até onde podemos chegar.
Nossos medos e o modo como acreditamos que somos pode nos aprisionar de forma cruel.
Tudo pode ser questionável.
Cada passo em direção ao futuro,
a forma como lidamos com os amores,
nossa capacidade de acreditar nas belezas,
o afeto que dedicamos as pessoas importantes.
E todo o contrário também.
Somos seres em constante aprendizado,
incapazes, capazes e transformáveis.

Antes e Depois

Depois de tanto querer, será que ainda posso acreditar que é possível seguir?
Quero tanto crer que seu amor é real e capaz de mudar meu caminho.
E se todas as promessas não se realizarem?
E se tudo em que acreditei para viver este sentimento não existir?
Terei forças para mudar meu rumo?
Seguirei caminhando por esta estrada que se abre ao meu passo,
quero estar em movimento constante,
vou viver cada acontecimento e me transformar a cada sorriso.
E você, estará ao meu lado?
Agora eu prometo que estarei aqui.
Que seguirei pela estrada.
Amando como sei amar.
Sendo quem devo ser.
Acreditando no sonhar.
Querendo sentir como nunca fui capaz.

Hoje

Como diz Zeca Baleiro. Ando tão a flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar...
Conversas cotidianas, de assuntos simples, e me pego tão envolvido e sentimental.
Esse espaço para vivenciar o lúdico, o invisível, aquilo que não está presente para os desatentos me faz acreditar que a vida é mais do que os nossos olhos tão acostumados e automatizados tem a capacidade de perceber.
É preciso ficar atento para entender o significado da vida?
Ainda temos a capacidade de vivenciar coisas simples que iluminam o dia?
Às vezes, um pequeno acontecimento, uma palavra simples tem a capacidade de fazer brilhar o que antes era breu.
Um olhar que pode mudar o instante.
Um sorriso que nos fortalece na desilusão.
Um abraço que afaga a dor, que tranquiliza o coração, que abranda o medo.
Um beijo capaz de mudar tudo. Um beijo de mãe, de amizade, de Amor.
Me tranquiliza acreditar que a vida e os acontecimentos podem se tranformar a todo instante.