quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Melancolia

Inevitavelmente a tristeza e a melancolia me fazem escrever.
Preciso estar abalado emocionalmente, mexido com algo que me descompasse para que minha emoção se espalhe por poros, pele, orgãos, chegando a meus dedos e esvaindo-se em palavras que não brotam em minha boca.

Minha dor não é latente,
é simples e tão complexamente perdida.
Essa perda não é um sentimento,
que se esvai ou se quebra.
Também não é a perda de uma pessoa querida que nos deixa do alto de sua madura vivência, deixando um vazio inexplicável de sensações.

A perda da qual falo é tão mais íntima, tão mais de detalhes do dia-a-dia.

Falo aqui de uma ausência de conviver, do desaparecer de uma vivência cotidiana,
de olhares, sorrisos, descobertas, mesmices, pequenos prazeres.
Minha perda é de carinho indizível, de afago, de reciprocidade para as coisas simples.
Minhas perdas, sim estão no plural, e são mais do que pequenos gestos ou conversas, são de sentimentos.
Tudo o que sinto é um pesar no peito,
uma secura de boca,
um transbordar de sal,
uma sensação de mudança.

Mas o consolo vem de saber que sentimentos são mais do que presença constante.
Sentimentos são conquistas que precisamos cultivar.
E este cultivar me afaga na intenção de continuar convivendo o sentimento.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O que te emociona?

Sol ao amanhecer,
Chuva ao entardecer,
Boa música,
Olhos nos olhos,
Sorriso espontâneo
ou aquele de canto de boca.
Beijo apaixonado,
Confidências ao ouvido,
Compartilhamento de sensações e sentimentos,
palavras,
ser surpreendido,
abraço de coração com coração,
poesia.
Encontrar amigos,
Rir a toa,
chorar de alegria,
ter quem amamos por perto,
comidinha com carinho de mãe,
ou com tempero de Amor.
Viver é se emocionar com tudo que nos move.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Descontrução

O que precisamos descontruir para começar algo novo?
desconstruo crenças,
desconstruo certezas,
prazeres e gostos.
Descontruo saberes, caminhos e amores.
Descontruo o tempo, a mim e em mim.
E tudo o que encontra-se ao redor.
Posso descontruir sorrisos,
falsos quereres, olhares.
Construir tudo de novo, sempre novo.
Sempre...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A dor é algo intangível, difícil de entender e definir.
A distancia que mantemos dela é que aparentemente a torna bonita e atraente, em momentos poética.
A nossa dor é sempre maior, mas menos significante para o mundo.

Vejo distante de mim a dor alheia,
Aquela dormencia que agonia o ser
Sentimento escondido de cada indivíduo
Na ânsia de alcançar o céu...

As vezes é algo tão forte e latente,
capaz de tomar conta do mundo,
de transformar o ambiente,
matando ou mudando o tudo ao redor.