quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Desaguando

Desaguo ao anoitecer ou amanhecer,
em hora contida, perdida, deixada do lado de fora.
Desaguo para não afogar-me,
guardo por que preciso,
por que o fato ainda findo
sangra minha alma,
rasga meu peito,
e a dor se encolhe,
preenche cantos distorcidos.
Não sei onde vai,
quando sai,
se assim pode ser.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Já, não sei...

Espero por algo que não sei,
que talvez não exista ainda ou mais,
que agoniza no tempo, peito e razão.
Aguardo ansioso pelo sinal,
olhar na multidão.
Aguardo o desconhecido,
o estranho e ausente,
sentido da sensação.
Espero pelo todo que não sei,
que não há,
que distante de tudo me causa ilusão.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Lamento

Também te Amo,
às vezes me engano,
às vezes me perco,
e me encanto,
no tormento,
do lamento do meu pranto.
Também te quero,
e sempre espero,
em ritmos de humor me altero,
me adultero e já não quero, mas
no mesmo instante sigo querendo,
querendo, querendo e querendo ainda mais.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

(Des) Concerto

Desconcerto matinal que invade meu dia,
e acompanha minhas horas.
Desatenção do todo, para pensar todo o tempo.
Não há culpa por isso, pois poderia ser outro momento a divagar meus minutos.
Inconstantes e incoerentes,
de riso contido,
sorriso nos olhos,
de festa de canto de boca.
Já não consigo ler com a devida atenção,
tudo e a todo momento só sei pensar no todo
e tanto de ti.
Não que já exista, mas não existindo,
tento descobrir o que em ti me gasta, me alimenta.
Talvez seja exatamente o desconhecimento.
E como posso ter aberto meu corpo,
minha boca, minha roupa e minha morada
para aquilo do qual desconheço tão intimamente?
Me desconcerto cada dia, e teus dedos
ainda percorrem cada linha do meu rosto,
cada contorno desenhado por meu pelos,
e teu cheiro ainda mora em minha pluma,
e teu gosto em minha boca no desgosto dos desejos.