sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Das Saudades

 Das saudades que invadem o peito,

Do cheiro do abraço que fica no corpo,

Do calor do corpo que finda na pele,

Da pele que sente o pertencimento nesse toque,

Do desejo de querer mais teu beijo,

que molha minha boca, matando essa sede constante,

que invade minha orelha, arrepiando meu poros,

do suspiro que atiça meu pescoço,

Do toque sem fim 

Da tua mão que preenche cada instante 

quando se entelaça a minha.

A vida se completa a cada encontro.


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Título I

 Não sei sentir pouco, sou tudo e tanto.

E quando vens, e teus olhos cruzam os meus,

Sei que só pode ser assim, não há outra forma.

Quando tua boca chega, e me estremece,

absorve, invade tudo que há em mim,

sei que é tudo que deve ser.

Só assim sinto o mundo desmanchar.

Poderiam ser as calotas polares,

O calor insuportável do deserto,

a neve de um dia negativo de inverno.

desmanchar-me faz parte de meus exageros,

dos desejos incompreendidos que me criam,

dos gostos que invisíveis teimam em existir,

Do cheiro que fixa na minha memória,

e que procuro na pele que não mais habita em mim.


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Afirmação

Quero Sim! 
Quero este sentimento, e com ele todas as sensações. 
Quero, preciso afirmar! 
E este querer é desejo, é vontade, as vezes loucura. 
Viver cada instante dele, 
Esquecer o dia, o cansaço, as horas 
quero ser mais leve, despreocupar-me, 
Apenas sentir tudo em mim, 
da ponta do cabelo a unha do pé. 
Quero não racionalizar 
 Me dar liberdade de apenas viver o momento, 
de esquecer tudo, de fechar os olhos e deixar de existir. 
Quero! Preciso afirmar este desejo.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Tamanho

O silêncio grita em meus ouvidos,
beira o absurdo,
que no escuro expande.
Não quero ouvir mais,
alguém fale algo, por favor!?
No desamarrar da vida,
não aprendi a falar muito,
e ouvir pouco.
Queria o limiar do indiferente,
mas não sei ser pouco,
e quando o sou, me esvazio de mim.
E esvaziar-se é morrer um pouquinho,
que no lugar da liberdade,
me prende muito mais ao nada.
e neste vazio imenso tudo some,
tanto é nada,
muito é pouco,
e eu inexisto em mim.


terça-feira, 26 de novembro de 2019

Onde Anda Você

"E por falar em saudade
Onde anda você?
Onde andam seus olhos
Que a gente não vê
Onde anda esse corpo?
Que me deixou morto
De tanto prazer..."
Vinícius de Moraes

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Desacordar

Em meu sonho havia algo,
não vislumbro sua totalidade,
há espaços vazios na minha memória,
mas havia algo bom nele,
uma sensação de leveza,
uma calmaria que me apaziguava,
um sorriso de olhar,
ternura,
aquele fervor na troca,
uma certa cumplicidade,
tensão, tesão, sensação de prazer.
era algo tão cotidiano,
tão simples e fugaz.
no caminhar houve um toque,
um simples toque de dedos em pele,
um encontro de epiderme,
um suspirar de novo.
e esse toque causou arrepio,
que transpassou o adormecer,
que acordou o corpo,
permancendo ao abrir dos olhos.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Conceito

Tento, não sei se suficientemente,
mas viver exige tanto,
lucidez, clareza, equilibrio.
As vezes sou muito, ou pouco,
é difícil ser na medida.
É exaustivo ser constante e coerente,
saber lidar com o certo e errado.
Mas como se define esses conceitos?
meus sentimentos e desejos não se enquadram assim.