terça-feira, 10 de setembro de 2013

Irremediável

E tudo que não for dito,
será sentido,
pensado
- Quebrará o silêncio.
Trará para o mundo a loucura.
Lucidez inventada.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Metrópole

E na metrópole cosmopolita, onde não faz-se necessário enxergar
o passo, passa apressado, atravessando as ruas intransponíveis.
Meu passo marcado cruza em outros no mesmo caminho,
e a pressa diária evita o contato com o invisível.
No cotidiano igual e imutável, de paisagens conhecidas,
o olho acostumado ao encontro, já não brilha ao fixar na imagem movimentada.
o movimento distinto, já não pára no brilho que morre lentamente,
tardando o cruzar inconcebível, irreconhecível, transmutável.
E no caminho igual, muda o vento, a luz, a cor,
mudo eu e você no mundo calado.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Trecho: a menina que roubava livros


- UMA PEQUENA TEORIA -
As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim,
mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de
uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes.
Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los.



domingo, 1 de setembro de 2013

Do raio de luz que ultrapassa a fresta,
e da gota de chuva que cruza verticalmente meu olho,
Do som límpido e calmo que vem depois dos trovões,
e do lampejar que ilumina o céu.
Sei apenas que meu peito intranquilo pulsa para o mundo,
e meus sonhos inquietos chegam como flashes de uma batida musical.
Sei também que meu corpo pede tão pouco do tudo que há,
e que meus sentidos se desafazem quando do momento tão desejado.
Meus pensamentos passeiam por mim e por outros caminhos e loucuras,
e a inquietude que é viver assim me paralisa para tudo começar.