terça-feira, 24 de outubro de 2017

Ao final

Queria o abraço da despedida,
Peito no peito,
Respiração no pescoço,
O fechamento de um ciclo.
Queria a confirmação do fim,
Queria a certeza,
Mesmo sabendo que meu peito já dizia isso,
Mas preciso de provas cabais.
Eu sabia que viria,
Mas sentir que realmente foi, dói.
Dói porque foi bonito, intenso,
Vivo, quente e loucamente inesperado.
Mas aceitar é a parte foda.
Queria mais um toque,
O gosto, o beijo, desejo, êxtase.
Foi longo e agora tão curto.
Foi inesperado e agora já não é nada,
É vazio, tortura, imensidão.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Nudez

Eu me dispo para você.
Me abro, entrego, mostro, desabo.
Então,
Me olhe, receba, leia, segure.
Faça valer.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Não

Não deixe que se apague,
Não permita que se acabe,
Não pressinta que se afaste,
de tudo que há deste ardor.

Não persista na ausência,
Não abandone a essência,
Não despreze a insistência
do sentir que há deste Amor.

Não se iguale ao antes,
Não se abale por um instante,
Não se deixe tão distante.
Do ferver e despedaçar deste rancor.

Não se ampare sem voltar,
Não me desampare sem pousar,
tua boca na minha, teu corpo no meu,
Meu sonhos espalhados pelo ar.




quinta-feira, 15 de junho de 2017

Estanque vazio

Preciso estancar tua presença,
amenizar tua vida em mim,
esquecer teu respiro,
como quem acolhe no peito a dor,
aquela da ausência da morte.
Necessito do silêncio em mim,
que meus poros parem de respirar,
oh de mim, de não sentir mais.
Busco anestesiar o vazio
do silencio de tuas palavras.
Quero o não querer, o simples,
o me esvaziar.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

fluído

Sinto uma ânsia,
algo em mim quer explodir,
expandir, se espalhar.
Quero gritar o agora,
como algo entre feliz ou triste.
Uma incerteza no sentido,
naquilo que cala,
em tudo o que em mim abafa.
só quero te escrever, dizer,
nem sei pra quê, mas necessito
falar nada e tudo ao mesmo tempo.
É um fluído que percorre a vida,
e sem saída, ainda não sabe onde vai terminar.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Todo do caminho

Todo meu caminho segue ao teu encontro,
no deslizar do percurso já sei onde vou ancorar.
Não preciso pensar,
não é necessário saber,
é só seguir para chegar a ti.
Me sacio nos teus lábios,
que me marcam a tarde,
o corpo,
a chuva sem fim.
sou eu, e não mais
sou você e o todo de nós,
sou, e não mais ninguém.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Adormecido

E neste vazio de mim, sigo adormecido pela vida
entre a paisagem cinza da cidade de pedra.
Quero encontrar brilho nos olhos e
lamentar as ausencias do mundo,
descansar meus pesos no abraco perdido
que me esquece no caminho.
Tento lembrar onde me perdi e para quem foi?
Sei apenas que o mundo depois disso parou,
me perdeu no vazio dos dias, e
sentiu o desprezar das horas.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Expressao

Havia em mim a grande necessidade de me expressar
de expor tudo que se agita por dentro
todos os pensamentos que me afogam
e que se agarram a vida.
era um turbilhao de sentimentos
invadindo e tomando conta do tempo
querendo se espalhar por outros espacos.
Sempre houve em mim o vazio
sempre existiu aquela fome do que nao ha
no tempo em que tudo se partia
na triste ignorancia de existir em vao.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Caminho na cidade

A cidade segue fluindo
Neste enlouquecer continuo
De seres que se cruzam
Neste ir e vir sem fim.
Cruzo com o desconhecido
E tambem com o estranho conhecido
Que todo dia me perpassa na ansia
Do caminhar para o nada.
Este estranhamento cotidiano
De tudo e todos que meu olhar ja reconhece
E desfaz caminho afora.
E em toda a minha gana de encontrar
Teu olhar no meu caminho, espero dia-a-dia
A possibilidade de ver-te, ter-te, tocar-te
Neste entrelacar de maos, de sentir tua pele
E arrepiar ao toque.
Sempre me atento ao olhar que me ultrapassa
Na vida e na euforia apos te ter.
E me alegro com teu sorriso bobo, e canto
Cada tanto de estar.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Colo

Me dá teu colo
teu peito
teu ar em mim,
me beija devagar e demorado
e me faz esquecer o que há lá fora.
atrás das janelas.
Pousa minha cabeça no teu corpo,
minha alma no abraço,
meu cansaço no teu sono
e repousa em mim, em nós.
Acaba com meus medos,
fala coisas banais
que me tirem o sério do canto da boca.
Faz sorrir meus olhos ao ler-te.
Deixa minhas mãos decifrarem teus poros
e no arfar do momento,
contemplar o instante interminável.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Me perco

Quando em ti me perco
em ti me faço
por ti esqueço
em mim, só espaço,
que por si desfaz cada pedaço.
Em minha verdade de cada mentira
a palavra cala meu olhar no teu,
e no meu silêncio pungente
temo cada pedaço do caminho.
Me esqueço da vida, quando em meu peito
tua cabeça pousa, tua boca toca,
teu olhar apaga, tua respiração vibra.
me perco sempre, e sempre sei que morro
no apogeu do encontro.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Não sei o que quero,
nem o que busco no teu querer,
mas te espero a todo momento.
ansioso na vontade contida,
renascendo em meus poros,
que em tua boca na minha vai descobrindo.
Na minha pele o arrepio,
e no gemido o silêncio.
Perco e absorvo cada pecado,
do suspiro prazeroso,
no suor do teu lábio,
dos teus dedos as marcas
na pele salpicada de pêlos em riste.

Cansaço

Me deixa pousar meu cansaço no teu peito,
meu desejo no teu corpo,
minha sede no teu sexo,
me deixa perdido,
me encontra, se assim estou.