segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Título I

 Não sei sentir pouco, sou tudo e tanto.

E quando vens, e teus olhos cruzam os meus,

Sei que só pode ser assim, não há outra forma.

Quando tua boca chega, e me estremece,

absorve, invade tudo que há em mim,

sei que é tudo que deve ser.

Só assim sinto o mundo desmanchar.

Poderiam ser as calotas polares,

O calor insuportável do deserto,

a neve de um dia negativo de inverno.

desmanchar-me faz parte de meus exageros,

dos desejos incompreendidos que me criam,

dos gostos que invisíveis teimam em existir,

Do cheiro que fixa na minha memória,

e que procuro na pele que não mais habita em mim.