segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

(Des) Concerto

Desconcerto matinal que invade meu dia,
e acompanha minhas horas.
Desatenção do todo, para pensar todo o tempo.
Não há culpa por isso, pois poderia ser outro momento a divagar meus minutos.
Inconstantes e incoerentes,
de riso contido,
sorriso nos olhos,
de festa de canto de boca.
Já não consigo ler com a devida atenção,
tudo e a todo momento só sei pensar no todo
e tanto de ti.
Não que já exista, mas não existindo,
tento descobrir o que em ti me gasta, me alimenta.
Talvez seja exatamente o desconhecimento.
E como posso ter aberto meu corpo,
minha boca, minha roupa e minha morada
para aquilo do qual desconheço tão intimamente?
Me desconcerto cada dia, e teus dedos
ainda percorrem cada linha do meu rosto,
cada contorno desenhado por meu pelos,
e teu cheiro ainda mora em minha pluma,
e teu gosto em minha boca no desgosto dos desejos.

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