terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Passagem

Pensar na morte como uma passagem, minha crença diz que é desta forma.
Mas não é fácil aceitar deste jeito, como se fosse simples assim...
Creio que assim, talvez possa parecer menos doloroso e em toda minha vida nunca me senti invadido pela dor que uma perda pode causar. É claro que já perdi pessoas próximas e que causaram dor de alguma forma, por algum tempo e que depois viraram saudade, mas destas perdas nenhuma foi tão próxima a ponto de me deixar com cicatrizes permanentes, daquelas que por mais que estejamos curados e já tenhamos superado, toda vez que passamos a mão sobre a marca lembramos e sentimos como se estivesse acontecendo neste instante.
Pensava estar preparado para as dores de perdas, de ausências, de espaços que ficam. Mas a possibilidade desta situação me mostra que sou humano e temeroso, que ainda não tenho essa clareza dos caminhos da vida, das certezas deste sopro que é o tempo que temos neste mundo.
Sei que essa vida é uma passagem, uma parte do caminho e que o fim não é a morte.
Mas somos tão apegados, tão frágeis. E também tem ligações que não se explicam, são tão fortes e presentes, e muitas vezes não damos a devida importância quando deveríamos.
Espero ter tempo suficiente para ter capacidade de lidar com estes sentimentos quando for a hora, realmente peço que demore, mesmo que me assuste em algum momento.



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